computa%C3%A7%C3%A3o em nuvem | MAIS DADOS DIGITAL

Em busca de melhores resultados com o uso da Cloud Computing, as empresas e profissionais de TI ficam em dúvida sobre qual tipo de Nuvem utilizar. Cada qual possui suas características, vantagens e restrições e a Nuvem Híbrida amplia as possibilidades.

Mas, o que fazer quando há a necessidade de combinar custos, performance, segurança, controle, disponibilidade, velocidade, flexibilidade e agilidade? A Nuvem Híbrida está aí para confirmar que muitas vezes 1+1 não são 2 nuvens, mas sim 3, e o Profissional Cloud deve estar preparado para dominar esta solução.

Mas, o que é Nuvem Híbrida?

Nuvem Híbrida é um ambiente computacional que associa nuvens públicas e nuvens privadas, permitindo que os dados e aplicativos sejam compartilhados entre elas. Cada plataforma desempenha funções distintas dentro da mesma organização.

Ou seja, a empresa poderá manter aplicativos ou dados sigilosos em uma plataforma de nuvem privada, enquanto que aqueles menos sensíveis, poderá optar pela nuvem pública.

A ideia em si não é tão nova, mas os avanços recentes na área de Tecnologia da Informação permitiram que essa combinação prosperasse no mercado de Cloud Computing. Seu principal objetivo é satisfazer uma ampla gama de casos de uso e cenários de implantação complexa.

É uma solução lógica para que as empresas se liberem das restrições dos modelos de nuvem e de aplicativos, tendo em vista que os serviços de Cloud Computing oferecem soluções em graus variados e para demandas diversas. Com a Nuvem Híbrida, o Profissional Cloud poderá executar as atividades com alta complexidade por meio de uma rotina de administração mais ágil e flexível.

E o futuro? Para qual Nuvem se encaminha?
A adoção da Cloud Computing no universo corporativo passou da fase do “talvez” para a fase de “qual, quando e como”. As empresas estão concentradas em implantar soluções de nuvem para maximizar a eficiência e minimizar os gastos, e muitas estão encontrando esses benefícios na Nuvem Híbrida.

Conforme o relatório Survey State of the Cloud do RightScale, a Nuvem Híbrida vem sendo a estratégia preferida pelas empresas, enquanto que a adoção da nuvem privada caiu ligeiramente no ano de 2017.

E, com os olhos voltados para mais esta necessidade e oportunidade de mercado, os gigantes tecnológicos estão oferecendo e desenvolvendo constantemente novas tecnologias para remodelar as redes do futuro. Situação esta pode ser observada durante a conferência Open Networking User Group Spring (ONUG) 2017, onde executivos de infraestrutura e Operações de TI corporativa do setor financeiro, varejista e tecnológico mostraram progressos na mudança de sua visão quanto a capacidade da Nuvem Híbrida para os resultados de um ecossistema de fornecedor engajado.

Adoção da Nuvem Híbrida
Ao adotar a Nuvem Híbrida, as organizações podem reter suas próprias nuvens privadas, mas também aproveitarem os serviços da nuvem pública.

Atualmente, ainda há necessidade de suportar modelos de computação corporativa tradicionais, já que muitas organizações ainda mantêm um patrimônio tecnológico considerável no local, além de dados sensíveis ou aplicativos fortemente acoplados que simplesmente não podem ser facilmente migrados ou substituído por nuvem pública.

À medida que a Cloud Computing foi avançando, as diferenças entre o “tradicional” e o “inovador” ficarão cada vez maiores. A Nuvem Híbrida oferece uma solução potencial para que as empresas superem essa lacuna entre esses dois pontos.

Nos momentos em que a demanda de computação e processamento alterna, a Cloud Híbrida permite que o Profissional Cloud dimensione sua infraestrutura local para a Nuvem Pública, por exemplo, ganhando em flexibilidade, escalabilidade e potência de computação. Mas também poderá ocorrer o contrário, quando há necessidade de manter os dados e aplicativos confidenciais em ambiente protegido da empresa.

Podemos concluir que a Nuvem Híbrida é uma solução que pode reunir as melhores características de cada Nuvem: pública e privada.

Nuvem Híbrida
Apesar de proporcionar inúmeros benefícios – dentre eles: custo, eficiência, escalabilidade e segurança, ela exige muito conhecimento do Profissional Cloud, que deverá estar atento a todo o processo de gerência e integração desta solução de Computação em Nuvem.

indústria 4_0

A informatização e o alto nível de conectividade, que juntos dão origem ao conceito de IoT (Internet das Coisas), estão cada vez mais em pauta em todos os segmentos da economia. E não é diferente na indústria, setor no qual são crescentes os burburinhos em relação ao que é a Indústria 4.0 e como ela impacta no dia a dia das empresas e em seus processos fabris.

O termo indústria 4.0 nasceu na Alemanha e contempla medidas que visam aumentar e recuperar a competitividade industrial, usando como meio a aplicação de tecnologias, como a IOT, no chão de fábrica. Porém, não estamos falando de uma implantação propriamente dita, mas de uma jornada para melhoria da produtividade, sempre tirando proveito dos benefícios que o mundo digital pode trazer. Em minha visão, não se trata de um pacote que se compra, mas sim de um conceito bastante amplo para aplicar tudo que o “mundo digital” pode oferecer ao “chão de fábrica”. E isso, sem dúvida, envolve uma grande mudança de paradigma que, assim como tudo, tem prós e contras.

Primeiramente, a IoT e a transformação digital criam uma necessidade ainda maior de garantir que todas as informações relacionadas à produção estejam protegidas e não extrapolem barreiras, indo além de quem pode visualizá-las. Fora as questões de espionagem industrial, o cuidado deve ser redobrado quando ingressamos no mundo digital e na indústria 4.0.

Códigos maliciosos, cavalos de tróia e outras ameaças veladas podem mudar a ordem de produção e até parar máquinas. Se isso já é desastroso hoje, imaginemos em um cenário 100% conectado, no qual qualquer falha de comunicação pode causar uma desorganização geral, atrasos em entregas, mudanças de rotas e muitos outros problemas. Por isso, esse cenário requer a adoção de controles específicos.

Outro ponto importante é que, ao mesmo tempo em os ativos digitais já estão sendo reconhecidos por sua relevância para os negócios, eles ainda são tratados em muitas companhias como caixas pretas, ou seja, ainda predomina o desconhecimento acerca do real valor deste patrimônio. Assim, poucos ativos estão sob uma gestão mais organizada, o que demanda, de certa forma, uma mudança de comportamento por parte dos gestores, mesmo aqueles que não estão ligados diretamente à tecnologia.

Além disso, a indústria 4.0 também envolve desafios relacionados à gestão dos recursos humanos, pois as competências terão que estar alinhadas com o uso de Big Data, Robôs Autônomos, Simulação, Integração de Sistemas, IoT, Segurança Cibernética, Computação em Nuvem, Manufatura Aditiva (impressão 3D), Realidade Aumentada e outros conceitos que passarão a ser largamente utilizados nos próximos anos. Inclusive, uma pesquisa da McKinsey apontou justamente isto: que o desafio nesse cenário todo é de caráter Cultural e de comportamento. Afinal, são pessoas que decidem e influenciam a adoção de novas tecnologias.

Mas, e o Brasil? Conquanto seja difícil fazer comparações, a situação por aqui em termos de competitividade ancorada pela tecnologia, mesmo em se tratando do maior mercado da América Latina e Caribe, não é das melhores, o que fica evidente no The Global Competitiveness Report 2016–2017 – World Economic Forum.

Desta forma, para avançar nessa jornada, o primeiro passo para tornar um processo digital é “desmaterializá-lo” (acho que este termo ainda não consta em dicionários, mas gosto de usar essa palavra), ou seja, tirar suas características físicas e excluir tudo o que impede o crescimento exponencial, característico do “mundo digital”. E para isso, é preciso estudar o processo e encontrar formas de automatizá-lo e até mesmo de simplificá-lo. A partir daí, todos os componentes do processo passam a fluir muito rápido, tanto a circulação de documentos como a obtenção de informações sobre o processo para uso em Analytics, Big Data, entre outros. E nesse ponto, emergem benefícios, como rapidez na execução e controle nas variáveis do processo, como identificação de melhorias a partir dos dados gerados e a possibilidade analisar tudo o que acontece no seu ambiente fabril com base nessas informações.

É todo esse embasamento analítico que concede à indústria 4.0 o poder de abranger e ingressar em mercados até então inéditos e vender para outros países. As necessidades dos clientes ficam muito mais evidentes e também podem ser muito melhor atendidas. Quebra-se um pouco o conceito de produtos fechados e de unidades de manutenção de estoque (SKU, sigla em inglês) e tudo se volta às especificidades. A produção pode ser mais diversificada, as vendas mais consultivas e flexíveis e as respostas mais rápidas, respondendo a tal jornada do cliente. Será tudo isso também que preparará as empresas para atender o imediatismo dos clientes das gerações X e Y que estão vindo por aí, afinal são eles os futuros compradores. Isto inclui as empresas B2B. E, por último, este cenário permite aprimorar o desempenho dos processos internos, com menos pessoas e maior velocidade.

Diante de tudo isso, o que fica evidente é que a indústria 4.0, antes de tudo, é uma questão estratégica – por refletir o modo como a empresa “passará a pensar” e, assim sendo, não pode ser atribuída exclusivamente à direção de tecnologia das organizações e ao emprego da IoT, por exemplo. Temos aí uma transformação muito mais do que digital. Ainda há muito que evoluir.

Muito se fala em inovação digital, há uma corrida desenfreada por partes de algumas empresas para recuperar o tempo perdido. Eu falo algumas empresas, por que, por incrível que pareça, tem empresas que ainda enxergam tecnologia como despesa e preferem continuar colocando suas forças nos modelos tradicionais de negócios e de vendas.

Além destas, existem empresas que enxergaram o movimento que está acontecendo e conseguem perceber que a tecnologia está mudando a forma como produtos são vendidos. Porém, estas empresas estão totalmente perdidas, querem participar mas não tem a menor ideia de como entrar neste movimento tecnológico.

A situação é crítica, pois o máximo que diretores, gestores e donos de empresa entenderam é que precisam ter um setor de Inovação Digital dentro da empresa, então contratam algumas pessoas ou remanejam alguns colaboradores, colocam em uma sala com uma placa INOVAÇÃO DIGITAL e pronto, acham que já estão alinhados com o novos tempos.

Os diretores ficam tão aliviados com a criação deste novo setor que o esquecem e voltam a fazer mais do mesmo, indignados e sem entenderem por que não conseguem atingir metas e por que a concorrência que antes era irrelevante começa a incomodar.

Este artigo foi baseado no excelente texto do Alberto Serrentino e Eduardo Terra e reflete a visão sobre a transformação digital no varejo. Vou tentar dar uma visão mais clara sobre inovação, por isso, adaptei o texto com minha opinião direcionando-a para os profissionais de TI.

A primeira coisa que precisamos entender é que clientes não se relacionam mais com canais de vendas, mas com marcas, eles transitam entre os canais físico e digital à medida em que comparam opções disponíveis e decidem onde e como comprar.

O varejo precisa ficar atento às mudanças de comportamento dos consumidores, pois é analisando os pequenos momentos de desejos, necessidades e demandas que o varejo vai construir um modelo de negócio integrado, onde é possível conhecer e entender os clientes, dominar processos, gestão de produtos e informação.

Inovação digital não é simplesmente “Marketing Digital” ou “Redes Sociais”, é uma transformação organizacional e cultural.

Inovação digital não ocorre pela implantação de tecnologias, mas pela mudança da maneira como as pessoas entendem:

Inovação digital acontece com o desenvolvimento de cultura digital. A mudança cultural deve ser uma diretriz estratégica, alinhada entre conselho e direção e descer para toda estrutura organizacional (top down). É preciso repensar o atual modelo de gestão para que haja engajamento dos colaboradores e stakeholders.

Um processo de venda não tem nada a ver com o que a direção pensa, o processo precisa ser focado nos consumidores e em como gerar mais valor para eles.

Sendo assim, inovação digital não é simplesmente um projeto, mas um aperfeiçoamento permanentemente de processos e do modelo de negócios. O progressivo amadurecimento e as boas práticas permitem consolidar fatores críticos de sucesso, que seguem abaixo:

Infraestrutura de tecnologia para inovação digital
Os diretores comerciais não vão gostar, mas tenho que dizer: muitos clientes não querem ir na sua loja, eles não se importam com o seu prédio, fachada, localização, mostruário, belos vendedores bem treinados, etc. No mundo digital, o cliente quer comprar de onde ele estiver e não quer problemas na sua experiência de compra.

Então a empresa vai precisar estar presente em todos os canais, além disso, para oferecer aos clientes esta “boa” experiência de compra o varejo precisa “enxergar” seus estoques em tempo real e em diferentes filiais e canais, precisa também reconhecer e monitorar o mesmo cliente em diferentes pontos de contato. A chamada “omnicanalidade” demanda uma forte infraestrutura de tecnologia e dados.

Resumindo você, é preciso “investir” e os investimentos em armazenagem de dados, segurança da informação, comunicação de dados entre outras iniciativas não é pequeno, mas é um elemento determinante no sucesso da transformação digital para as empresas de varejo.

Eu vejo diretores, gerente e donos de lojas olharem este cenário apavorados com os gastos enormes que vão ter que fazer em tecnologia. É compreensível, mas é preciso uma nova visão sobre este tema.

Sabe aquela porcentagem que é para investimentos, aquela ampliação de loja ou a compra de novas lojas? A empresa vai simplesmente pegar este valor e “investir” em tecnologia, pois é isso que a concorrência está fazendo.

Mobilidade
O mundo está passando por uma revolução digital impulsionada por smartphones e sua presença cada vez maior no dia a dia das pessoas.

Números do Ministério das Comunicações mostram que 55% dos brasileiros com mais de 10 anos de idade (ou 96,4 milhões de pessoas) têm acesso à internet, contra 65,9 milhões no início da década.

Tão importante quanto o acesso é a intensidade e forma de uso: um estudo do Google aponta que cada pessoa busca informações em seus celulares cerca de 150 vezes por dia. Para muitos, o celular é a primeira tela, a principal forma de interação com o mundo.

Se o celular é tão presente no dia a dia, não surpreende que as principais empresas do mundo sejam companhias de negócios digitais, como Apple, Google, Amazon, Uber entre outras.

O eixo central da inovação digital está na mobilidade. É em aparelhos móveis que consumidores passam mais tempo conectados, transitam entre canais, se relacionam, se informam e que processarão a maioria de suas compras digitais (o que já acontece nos EUA, Reino Unido e China).

Aplicativos e sites móveis serão a base de comunicação, relacionamento e interação entre marcas e consumidores, dentro e fora das lojas.

O maior exemplo é o da Apple Store, no qual a plataforma Isaac permite aos vendedores gerenciar filas, consultar estoques, separar produtos, escanear itens, processar vendas, trocas e reparos, recomendar produtos complementares, vender serviços, receber meios de pagamento ou vender em outro canal.

A importância dos dados
O mundo digital desafia as empresas a basearem seus processos decisórios em dados e análises, esta mudança é cultural e demandará novas competências e habilidades. Na sede do Google, uma frase bastante citada e mencionada em reuniões diz que “os dados vencem a opinião” (data beats opinion). Por trás desta frase existe um conceito essencial para o sucesso da inovação digital: o uso de dados em todos os processos de tomada de decisão nas empresas de varejo.

Decisões sobre preço, promoções, sortimento, compras, expansão, serão cada vez mais baseadas em dados. O uso de dados exige que os mesmos sejam transformados em informação que geram decisões que por sua vez geram resultados.

Há entretanto uma barreira nas empresas de varejo: a falta de uma cultura digital. Muitas decisões são baseadas em intuição, em opiniões o que atrasa e dificulta a inovação digital. Vale lembrar que startups e as empresas “nativas digitais” não sofrem deste mal e crescem com decisões mais rápidas e precisas.

Decisões baseadas somente nas opinião e experiência dos velhos diretores é praticamente um tiro no pé. É importante investir em tecnologia e bons profissionais para ter uma grande quantidade de dados para auxiliar na tomada de decisões.

Agilidade e colaboração
Projetos e iniciativas devem ser constantes, rápidos, usando prototipagem para ganhar velocidade. No mundo digital, velocidade é mais importante que perfeição, é preciso estimular o erro correto e a capacidade de testar conceitos com velocidade e baixo risco para a empresa.

É muito difícil aprender tudo sozinho no ambiente digital, a velocidade e pulverização da inovação força as empresas a se abrirem e compartilharem, isto inclui contratar novos profissionais capacitados e aproximar-se de startups, que podem acelerar e simplificar a resolução de problemas que a burocracia das empresas estabelecidas torna mais complexos

Tecnologias para ficar de olho
Internet das coisas (IoT), realidade virtual, realidade aumentada, inteligência artificial e machine learning desafiam o varejo a entender estas tecnologias e aplicá-las para aumento de produtividade e gerar valor aos clientes. Atualmente o que vem causando impacto é o “comércio conversacional” (conversational commerce), a união de dispositivos com reconhecimento de voz e inteligência artificial.

Plataformas como Alexa da Amazon, Siri da Apple, Cortana da Microsoft e Google Now do Google transformarão a maneira como as pessoas se relacionam e interagem com o mundo digital. A principal interface para acesso ao mundo digital será a voz, máquinas inteligentes conseguirão interpretar demandas e irão aprender na interação com o usuário.

Online para Offline – O2O
No inicio se imaginava que se lidaria com o fenômeno conhecido como “showrooming“, onde cada vez mais clientes usariam lojas físicas para pesquisas e conhecer produtos, mas fariam suas compras online pelo menor preço encontrado.

Isso ocorre sem dúvida, mas em dimensão menor que a prevista, de outro lado cresce o fenômeno inverso, o chamado “webrooming“, onde os clientes pesquisam produtos online mas continuam indo até as lojas físicas para efetuar e concluir suas compras.

Os dados de fluxo no varejo americano (lojas físicas) vêm caindo bastante, mas as vendas do varejo físico não caem na mesmo proporção o que prova a tese de que os clientes estão indo aos shoppings e ao varejo físico para de fato comprar os produtos e a Internet tem sido cada vez mais usada como fonte de pesquisa, entendimento e apresentação de produtos e serviços.

Esta relação do varejo físico com o varejo online tem sido chamada de O2O (online para offline). Exemplos simples de clientes pesquisando endereços de lojas físicas, telefone, horário de funcionamento, são cada vez mais comuns nesta relação entre o físico e o virtual.

O varejo físico tem usado mídias digitais e estratégias digitais para atrair público para suas lojas e o varejo online tem usado o varejo físico como solução de entrega de produtos, posto de trocas. Esta relação do físico com o digital deve crescer muito nos próximos anos e a aquisição da Wholefoods pela Amazon só reforça esta ideia.

Modelos de negócio
O mundo da tecnologia vem sendo transformado pela computação em nuvem e pela dominância de modelos de negócio baseados em serviços. O mundo do varejo precisa ter abertura para questionar seus modelos de negócio.

A Apple constituiu uma empresa de serviços (Apple Enterprise) que vende a terceiros a tecnologia que encanta consumidores em suas lojas; o operador de shopping centers Westfield foi pioneiro em transformação digital e montou empresa de serviços digitais para explorar o conhecimento acumulado; empresas como Staples e Best Buy vêm mudando a forma como seus negócios geram receita e resultados.

O Magazine Luiza se define como uma empresa digital com lojas e vislumbra um modelo de negócios de marketplace multicanal.

Cultura digital
Um frequente erro cometido por grande parte das empresas é acreditar que conseguirão implantar inovação digital apenas com iniciativas digitais e investimentos em tecnologia. Contratar uma agência de marketing digital, estar presente nas redes sociais ou desenvolver uma operação de e-commerce são passos importantes, mas eles fracassam caso não exista uma cultura digital sobre a qual essas iniciativas possam ser estruturadas e construídas.

Peter Drucker disse certa vez que “a cultura come a estratégia no café da manhã”.

Isso significa que, sem um trabalho forte e prévio de desenvolvimento de uma cultura digital, iniciativas digitais, ainda que boas, provavelmente irão fracassar.

E como se constrói uma cultura digital corporativa?

Uma competência organizacional gera valor percebido pelo cliente, provoca diferenciação em relação aos concorrentes e pode ser expandida. A cultura digital deve ser tratada como uma competência essencial para as organizações e precisa ser colocada dessa forma nos processos de contratação, nas iniciativas estratégicas e na avaliação dos executivos.

Para o desenvolvimento da cultura digital como competência organizacional, é preciso mergulhar no mundo digital.

Por isso, a empresa precisa fazer com que seus colaboradores (especialmente os executivos) adotem hábitos digitais como: usar o Uber, ficar hospedado pelo Airbnb, acessar conteúdos via YouTube, manter contas em redes sociais, todos são passos simples e pequenos, mas importantes para que as pessoas adotem uma cultura digital, mudem seus comportamentos, hábitos e, paulatinamente, viabilizem a transformação corporativa.

O grande desafio de uma mudança de cultura está no fato de que os gestores das empresas tradicionais são analógicos, e por isso não possuem um modelo mental digital. Em vez de “nativos digitais”, eles são “imigrantes digitais”, estão se adaptando a uma nova realidade.

Por outro lado, os mais jovens, os “nativos digitais”, não têm experiência de gestão, liderança e estratégia, mas dominam as ferramentas necessárias para implementar a transformação cultural.

Por isso, os gestores precisam aprender com os jovens e os jovens com os gestores.

Os ambientes de trabalho contribuem para mudança cultural. Espaços rotativos, ausência de salas, executivos integrados com seus times, escritórios com cara de campus universitário ou verdadeiras “garagens” são exemplos frequentes no Vale do Silício.

O ambiente de trabalho dos espaços de coworking e das aceleradoras reforçam esta ideia e startups defendem que é em ambientes assim que as ideias, a inovação e disrupção acontecem.

A mudança para uma cultura digital é um elemento determinante para as empresas de varejo e de muitos outros segmentos, nesse processo de ruptura e inovação que já começamos a presenciar e que, certamente, só veremos acelerar nos próximos anos.

Repensar a estrutura organizacional
A base de uma cultura digital provoca grandes discussões a respeito das novas estruturas organizacionais. Tomando o Vale do Silício como modelo, fica evidente que mesmo as grandes empresas têm migrado para estruturas organizacionais mais leves, colaborativas, flexíveis e com menos hierarquia, burocracia e reuniões intermináveis.

Pensar a transformação digital sem uma nova estrutura organizacional é querer construir um edifício novo em uma fundação antiga.

Talvez este seja um dos desafios mais complexos para as empresas de varejo, pois empresas com modelos mais modernos de gestão como Spotify, Google e as grande maioria das startups não têm um modelo único.

O fato é que as características mencionadas acima, colaboração, flexibilidade, leveza, velocidade e menos hierarquia estão presentes em todos os casos bem sucedidos de novas estruturas organizacionais.

Fica claro também que as mudanças nas empresas da chamada velha economia precisam ser feitas em etapas, mais no formato de “evolução” do que no formato de “revolução”. Isso para que a cultura e as pessoas possam absorver e entender o novo modelo.

Salvo nos casos nos quais o setor esteja sobre ameaça de ruptura por novos modelos de negócios, nos quais as empresas precisarão de transformações radicais para sobreviverem.

Transformação digital é muito mais abrangente que venda online e multiplicação de canais, ela envolve repensar a forma da marca se comunicar, relacionar e servir seus clientes, o desenho organizacional, a cultura da empresa e a evolução de seu modelo de negócios. Empresas como Apple, Sephora, Walmart, Magazine Luiza, Boticário, Reserva e Bob’s compreenderam o desafio.

Conclusão
Parece simples olhar para os gigantes do varejo e sugerir mudanças de cultura e na estrutura organizacional de uma empresa tradicional.

Mas, infelizmente não sou eu e outros autores que estamos dando simples opiniões sobre este assunto, esta é atual realidade do mundo em que vivemos, as tecnologias surgem e a criatividade humana direciona para o que elas serão usadas.

Sendo assim, rapidamente surgem novas maneiras de interação e soluções novas para velhos problemas.

Para o varejo e para qualquer outro setor vai ser um desafio constante, pois não é possível prever nada, não é a tecnologia em si que afeta o negócio, mas sim como os clientes e usuários utilizarão estas tecnologias para o consumo.

Neste cenário o profissional de TI passa a ter cada vez mais importância dentro das empresas de varejo, desde de que tenha competência, as habilidades necessárias e rápida capacidade de adaptação a novas tecnologias.

Eu já dei dicas sobre carreira de TI, sobre as skills necessárias e comentei sobre os recrutadores, mas não fiz isso com objetivo de defender profissionais de TI medianos. Assim como o mercado está sendo implacável com as empresa de varejo, também está sendo com os profissionais de TI que nestas trabalham.

Estamos passando por uma fase de adaptação e um conflito de gerações de profissionais, por enquanto não está sendo fácil ser um profissional de TI, mas o futuro promete.

Ótimo trabalho a todos!

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